domingo, 30 de março de 2008



Perdeu o baile do Juventus em São Paulo, seu jumentus? Eles não...

por Evelise Toporoski

Sexta-feira, feriado do dia 7 de setembro, 11h da manhã. Imagine os lugares onde um jovem mórmon pode estar. Dormindo, de pijama em casa assistindo o tradicional desfile do dia da independência, ou até mesmo desfilando na Av. Cândido de Abreu com outros mil membros que apóiam o programa Mãos que Ajudam.

Entretanto, se é jovem do MAS e tem alguns parafusos a menos, ele certamente estava entrando em um ônibus rumo ao baile do Juventus em São Paulo. É mentira se disser que o baile não começou no ônibus, ali mesmo, no corredor foi o esquenta, para cantar, dançar, interpretar e imitar o artista preferido. Nesse meio tempo, foi criada uma dupla de rap feminina e três dançarinos de axé foram descobertos, ninguém tinha ouvido falar em Curitiba desses talentos enrustidos, mas sempre existiram e só apareceram na viagem para São Paulo. Também foram lançados dois candidatos a prefeito de Campina Grande do Sul, que gravaram depoimentos e fizeram campanha eleitoral – tudo dentro do ônibus. Claro que na viagem também tinham pessoas na concentração para o baile (e que concentração), lendo aqueles livros de Direito, com letrinhas que parecem todas de rodapé e palavras indecifráveis, além de um outro de Biomedicina, com estômagos, fígados abertos, outras pessoas ouvindo Enya ‘meditando’ de olhos fechados sem se mexer até mesmo com a aproximação da câmera.

O ônibus foi guiado por Jeferson, uma figura lendária. Você já ouviu as vinhetas da Rádio Capital e da antiga Independência? Se não, pergunte para sua mãe, avó, tia – elas já devem ter ouvido. Sim, Jeferson fez a locução de todas essas vinhetas e era radialista cinco meses antes de embarcar na intitulada “Caravana da Alegria”. O motorista passou confiança e simpatia desde o primeiro momento. Quando chegou em São Paulo, se comprometeu a cuidar do ônibus e dos pertences enquanto os jovens se divertiam no baile.
Mas isto deixou todos de consciência pesada em deixar um integrante da Caravana de fora. Jeferson estava nos padrões de vestimenta do baile, de camisa social e gravata, foi só arranjar um convite e pronto! Jéferson estava lá de sorriso aberto dançando na rodinha curitibana no clube Juventus.

Em São Paulo foi ouvido e visto de tudo. Pouco antes de entrar no baile, um dos organizadores, Rubens, não se deixou entender quando nos falou: “Firmeza, sangue nos zóio”(...). Muita gente da Caravana da Alegria reencontrou amigos da missão, independente de onde tenha feito missão, todos encontraram um amigo perdido por lá.

Na volta o cansaço tomou conta geral, a idade de adulto solteiro começou a pesar, nas costas, pés, joelhos (ihh), garganta. Isso até o sol aparecer novamente, porque na volta já tinha gente de pé cantando e dançando de novo no corredor. □
(Matéria da edição de número 7, setembro de 2007)

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